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quarta-feira, 16 de março de 2011

MANDAMENTOS DE UMA BOA REDAÇÃO

Mandamentos de uma boa redação:

Ao redigir, é importantíssimo que o candidato não cometa nenhum destes pecados transcritos a seguir, sob pena de padecer, sem indulgências, o inferno de mais um ano de espera!

  1. Esnobar. Mostrar que é “o bom”. Complicar. Escrever difícil.
    • Não se preocupe em demosntrar cultura e conhecimentos excessivos. As coisas realmente boas e valiosas são simples.
    • Não queira fazer experimentalismos lingüísticos. Não tente neologismos léxicos ou sintáticos.
            Use apenas palavras comuns. Sem cair no lugar-comumneologismos lerimentalismos linguconhecimentos excessivos.
            Só recorra a um termo menos conhecido se ele se ajustar melhor no texto que um termo usual.

  1. O palavrão: Nunca!

  1. Criticar a Universidade, as autoridades, as instituições é proibido. Esse negócio de “meter a lenha” não dá pontos.
Faça a crítica “construtiva”: mostre os erros e aponte soluções.
     
  1. Ser negativista.
Em tudo há um lado bom. Procure descobri-lo. Aponte alternativas, saídas. Sugira métodos e maneiras de solucionar as dificuldades e as chagas sociais. A maioria dos temas de vestibulares e concursos versa sobre “problemas sociais”. Eles querem saber o nosso posicionamento, o que pensamos, o que achamos, se conhecemos. A nossa participação é efetiva, exatamente,  por meio de nossas prováveis soluções. É  a forma de que dispomos para participar do contexto social.

  1. Evite definições. Elas são perigosas.
Dado um tema como “ A Liberdade a maioria tende a sair definindo:
A liberdade é...
A liberdade é...
A liberdade é..., monotonamente, maçante, insuportável, de uma pobreza de espírito que revoltaria até São Francisco.

É sempre melhor criar uma estória, relatar um episódio, dentro do qual e no decorrer do qual apareça o tema.

  1. O ponto final ( . ). Não esqueça. Denota desleixo. Depõe contra você e... é erro!


  1. O pingo no i. É preciso por os pingos nos is!

  1. Cortar o t.

  1. A cedilha no ç.

  1. A inicial maiúscula de período.

  1. As maiúsculas nos títulos.

  1. As iniciais de nomes próprios, maiúsculas.

  1. Erro gráfico até no título é terrível!

  1. Estrangeirismo. O emprego de vocábulo que não pertença ao nosso idioma só pode ser feito quando não haja, em português, palavra de sentido correspondente. Termo técnico por exemplo. Se usada, a palavra deve vir entre aspas (“ ”) ou grifada (em itálico). Ex: “Know-how”.

  1. Eco. É a rima na prosa. Só os artistas tem direito de recorrer a ela, que pode fornecer belos efeitos. Exemplo de eco (defeito):

Margarida levou toda a vida para atravessar a  avenida.

O Maneco entrou no boteco e bebeu uns trecos.

  1. A gíria:  Via de regra não! A menos que se trate de diálogo e entre como transcrição da linguagem de nível coloquial-popular. Fora daí, o uso da gíria será interpretado como pobreza vocabular. É negativo.

  1. Não abrevie palavras. Escreva-as todas por extenso, a menos que se trate de abreviações consagradas, como, por exemplo, o “etc.”

  1. Evite repetir palavras!  Use sinônimos. Há repetições que enfatizam. Mas fora o caso intencional de ênfase, repetir revela pobreza vocabular ou desleixo.

Exemplo de repetição enfática:

“ Vamos, não chores...
A infância está perdida.
A mocidade está perdida.
Mas a vida não se perdeu.
               
                                    (Carlos Drummond de Andrade, A Rosa do Povo)
  1. Não escreva demais! No caso de não limitarem o número de linhas, não vá além de 25. Entenda que o ideal para uma redação são 20 linhas.
        Também não escreva “de menos”. Dado um limite mínimo ( 20 por exemplo), não pare nesta linha. Vá adiante uma ou duas linhas, pelo menos.

  1. Não “encha lingüiça”! À falta de idéias, não fique repetindo a mesma coisas com palavras diferentes! Isso é redundância, é prolixidade, é terrível defeito! É preferível poucas linhas bem redigidas a muitas mal escritas. Faça um trabalho honesto!

  1. Não aumente o tamanho da letra para dar impressão de que escreveu bastante. Isso indispõe o avaliador. Letra estilo “bicho-de-pé”, só se vê a linha (de tão pequena), não pode. O avaliador não vai colocar lente de aumento especialmente para corrigir sua redação.

  1. Não se desculpe dizendo que não escreveu mais porque o tempo foi pouco. Ninguém vai acreditar!...
        Essa conversa de que é a primeira redação, então...nem se fala.

  1. Não cometa CACOFONIA, que é a palavra de sentido obsceno, chulo ou ridículo, formada pelo junção de sílabas entre palavras:
Aqui ela se disputa todos os dias...
A boca dela...
Lá tinha...
Fé demais...

  1. Pensamento novo, período novo. É comum entre os que iniciam, misturar no mesmo período idéias que não se completam. Tome por norma: idéia nova, período novo. Veja, entretanto, que isso nem sempre significa parágrafo novo!

  1. Oração subordinada sem principal -  não diz nada! Não pode! Se há subordinada tem de haver principal. Ou você já viu comandado sem comandante? Veja se entende alguma coisa:

_ Quando Maria chegou porque tinha visto um homem que ela não conhecia.
_ A menina que estava chorando quando a chamaram.
_ Quando chove, se estamos sem agasalho.
_ O embrulho que chutou na calçada.

Deu para entender? Por que não deu? Tente modifica-los para que haja melhor entendimento.

Especialmente, tome cuidado com os períodos longos: resultam confusos e são propícios a períodos incompletos; os verbos nas formas nominais – gerúndio, particípio, infinitivo – equivalem a subordinadas; portanto, deve haver uma principal.

O início da redação

Começar a redação, para alguns alunos, é uma tarefa ingrata e, às vezes, errealizável, determinando dessa forma o seu insucesso. Há alunos que sentem verdadeiro pavor como “como é que eu começo”. Depois de tudo o que foi visto, parece-nos que isso deve deixar de ser problema: as orientações e os treinamentos são elementos desinibidores suficientes. E, para que não persistam dúvidas, ( e como incentivo ao trabalho), algumas sugestões para “INÌCIOS”, sobre como “DESENVOLVER” e “CONCLUIR” um assunto.
  1. Você pode iniciar um assunto utilizando os seguintes recursos:
A-    Dados retrospectivos. Exemplo:
As Primeiras manifestações de comunicação humana, nas eras mais primitivas, foram traduz
indas por sons que expressavam sentimentos de dor, alegria ou espanto. Mais tarde...

B-     Uma citação. Exemplo:
O som invade a cidade. Buzinas estridentes atordoam as passantes. Edifícios altíssimos cobrem os céus cinzentos da grande metrópole. Uma fumaça densa e ameaçadora empresta a São Paulo o aspecto de fotografias antigas sombreadas pela cor do tempo. É a paisagem tristonha da poluição.

C-     Uma citação. Exemplo:
O assunto do (sobre)...pode ser analisado ( ou discutido) a partir das palavras lúcidas de...quando afirma que “...”

D-    Uma pergunta. Exemplo:
Será a chamada música popular brasileira verdadeiramente popular e verdadeiramente brasileira?

E-     Um ato geográfico precisando um fato. Exemplo:
Em Criciúma, no sul de Santa Catarina, oito mil homens vivem uma aventura todos os dias. A aventura do carvão. São os mineiros que quase nunca vêem sol.

F-      Dados estatísticos. Exemplo:
Naquela cidade de...habitantes, cerca de...frequentam as salas escolares, o que atesta a preocupação das autoridades com o nível de instruções de seus moderados.

G-    Narrativa de um ato. Exemplo:
Em agosto de 1976, faleceu o ex-presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira, em cuja gestão foi construída a monumental capital brasileira.

H. O recurso da linguagem figurada. Exemplo:
O jornaleiro, filho das madrugadas filhas do Sul, quebra o gelo das manhãs gaúchas com usa voz cortante e queixosa como o minuano nos pampas.                                                             

H-    Uma frase declarativa. Exemplo:
O artista contemporâneo, diante de um mundo fundamentalmente complexo e agitado, tem por missão traduzir o mais fielmente possível essa realidade.

I-       Com idéias contrastantes. Exemplo:
Enquanto os grandes salões de alta-costura das grandes capitais exibem coleções de vestimentas suntuosas, os marginais da sociedade morrem de frio por falta de agasalho.

- O importante é que na INTRODUÇÃO de uma redação dissertativa apareça o tema, o ponto de vista, a tese, alguma referência, enfim, ao assunto da redação; daí que nada obsta que, na introdução, apareçam as palavras que compõem o tema/título.

Portanto, a maneira mais simples (de se vencer o tormento) de iniciar uma redação, é de que todos dispõem, é falando sobre ela mesma, sobre o tema dado, o assunto pedido, o título sugerido. Não há que se inventar nada. Ele já está lá, à nossa disposição. Dessa forma, não há por que teme-lo, mas aprecia-lo pelas vantagens que pode nos oferecer.

2 - Para desenvolver o assunto de uma redação, podemos utilizar os seguintes recursos:

a)      citações
b)      dados estatísticos
c)      justificativas
d)      exeplos
e)      comparações

            Em se tratando de um assunt polêmico, o aluno deve examinar os prós e os contras que o envolvem, concluindo como uma idéia que expresse sua posição em torno da problemática analisada.

3 – A conclusão de uma redação deve ser, em primeiro lugar, enfática. Um bom início e uma conclusão bem feita emprestam brilho e interesse ao trabalho. A conclusão pode obter uma idéia pitoresca, humorísticas, surpreendente, taxativa, sugestiva. O assunto nunca pode ser abandonado em meio a plena discussão dos aspectos que a ele se ligam. Um meio adequado de bem concluir é aquele em que sintetizamos o assunto nos temos em que foi proposto ou questionado na etapa introdutória.

- para treinamento, use o modelo de esquema sugerido.

PONTOS A PODERAR
Há certas partes de um navio que, tomadas isoladamente, afundariam. A máquina afundaria; a hélice também. Mas, quando as partes de um navio são colocadas em conjunto, flutuam.
Assim acontece com as nossas experiências em redação. Algumas têm sido trágicas; outras, felizes. Mas todas reunidas compõem uma embarcação que está rumando para um destino definitivo, certo, e isso nos faz sentir reconfortados, otimistas, confiantes para prosseguir e persistir.



















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